Hérnia diafragmática congênita é definida por um defeito no diafragma (músculo que separa os órgão do abdome dos torácicos) gerando a herniação das estruturas abdominais para o tórax, ela ocorre em 1 de 10.000 bebês que nascem.

A causa da doença não é bem estabelecida, mas acredita-se que ocorre um defeito na formação do diafragma entre a 4ª-10 ª semana de formação do bebê podendo estar associado a defeitos genéticos ou a exposição de determinadas substâncias no inicio da gestação.

O defeito mais comum do diafragma é postero-lateral à esquerda e o órgão que costuma direcionar-se para o tórax é o estomago. Essa patologia pode gerar um grande prejuízo pois com os órgão abdominais dentro da cavidade torácica há diminuição do desenvolvimento pulmonar trazendo transtornos respiratórios ao nascimento.

Abril esta sendo o mês da Conscientização da Hérnia Diafragmática Congênita para lembrar a importância do diagnostico precoce, realizado no Pré Natal e a necessidade de um acompanhamento completo da paciente.

O diagnóstico é baseado no exame ultrassonográfico morfológico (realizado entre 20-24 semanas), um examinador experiente pode identificar precocemente.

Em 50-70 % dos casos a Hérnia diafragmática congênita é um defeito isolado, pode estar associada com outras malformações (+- 30%) e a doenças cromossômicas (+- 20%).

Os danos após o nascimento estão associados ao acometimento pulmonar, associação com outras patologias, defeitos na vascularização, ausência da herniação do fígado.

O diagnóstico precoce é importante para definir a necessidade do tratamento intrautero (procedimento realizado ao longo da gestação) e o acompanhamento mais próximo da gravidez. O procedimento consiste na introdução de um balão na traquéia do bebe para evitar herniação de novos órgãos e diminuir o prejuízo pulmonar. A cirurgia, apesar dos riscos como parto prematuro, rompimento da bolsa amniótica, é minimamente invasiva.

Ainda não há definido o momento ideal para a colocação do balão nos candidatos selecionados, a dependência da gravidade do quadro e ausência de outras malformações associadas são pontos chaves. Por isso, o intervalo das consultas e dos exames de imagem deve ser mais curto.

O balão é retirado antes do parto, e após o nascimento o bebê fica aos cuidados do neonatologista / cirurgião pediátrico dando suporte a respiração e realizando a cirurgia para reparar o defeito encontrado.

Que Abril traga mais informações sobre a Hérnia Diafragmática Congênica e o conceito da importância de um Pré Natal bem realizado por alguém de confiança.

–Nota para profissionais de saúde e curiosos:

As alterações ultrassonográficas mais comuns são: presença de estrutura heterogênea na região torácica, lateralizaçao do coração para direita, diminuição do contorno dos pulmões.

Caso herniação do estômago: visualização de estrutura circular repleta de líquido (analogia à “ bolha” gástrica) no tórax.

Caso herniação do intestino: presença de peristalse das alças dentro do tórax

Caso herniação do figado: provável defeito à direita (mais raro) e o diagnóstico se torna mais difícil. O uso do Doppler para identificar a vascularização intrahepatica é um bom artifício.

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