Vitamina D na gestação: Descubra a sua importância

A alimentação balanceada na gestação esta diretamente relacionada com o suprimento do feto intra-utero e com a promoção de uma vida saudável tanto para mãe quanto para feto. A Vitamina D do feto é dependente da materna, logo, uma deficiência mínima de Vitamina D materna pode prejudicar o desenvolvimento fetal, principalmente da parte óssea. O corte para definir deficiência de Vitamina D não é padronizado, apesar dos diversos estudos, ainda há divergências literárias. O valor mais aceito na gestação é 25-hidroxivitamina D abaixo de 30 nmol/ l. A recomendação mais comum vista é reposição de 600 U de Vitamina D ( mais cálcio) associado com uma dieta diversificada, quanto maior a deficiência maior a dose reposta. Além do benefício no desenvolvimento ósseo, estudos recentes tentam comprovar o benefício da reposição da Vitamina D com a diminuição do risco da Pré eclampsia e de fetos pequenos para idade gestacional ( abaixo do peso ideal para as semanas de gestação). Os estudos que temos até hoje ainda são pequenos, de baixa significância estatística e com uma heterogeneidade das conclusões. Logo, a ingestão de Vitamina D esta relacionada com a reposição materna e prevenção de problemas ósseos fetais/ neonatais, sem correlação comprovada com a prevenção de pré eclampsia e fetos pequenos. Precisamos de mais estudos para confirmamos todos esses benefícios. Converse com seu médico para saber mais informações. # Para profissionais de saúde e curiosos: – Em suma, a pré eclampsia é definida como aumento da pressão a partir de +/- 20 semanas de gestação ou no pós parto com proteinúria positiva (proteína na urina) e complicações sistêmicas associada. Corresponde a causa de 70.000 mortes maternas globalmente. Os fatores de risco associados são primiparidade, historia de pré eclampsia em gestação prévia, disfunção metabólica (obesidade e Diabetes mellitus) e idade materna avançada. Pacientes com Pré eclampsia na gestação tem maior risco de doenças cardiovasculares e metabólicas ao longo da vida. -A vitamina D associada ao cálcio é a melhor forma de suplementação -Acredita-se que a Vitamina D seja pro inflamatória e angiogênica e dessa forma iria atuar diretamente na fisiopatologia da Pré eclampsia quando reposta desde o início da gestação. Os estudos que chegaram a essa conclusão são pequenos, e com uma diversidade em seu grupo avaliado ( idade materna, fumantes, número de gestações anteriores) gerando inúmeros viéses. Assim, não chegaram a um resultado estatisticamente significativo.
Mês da conscientização da hérnia diafragmática congênita

Hérnia diafragmática congênita é definida por um defeito no diafragma (músculo que separa os órgão do abdome dos torácicos) gerando a herniação das estruturas abdominais para o tórax, ela ocorre em 1 de 10.000 bebês que nascem. A causa da doença não é bem estabelecida, mas acredita-se que ocorre um defeito na formação do diafragma entre a 4ª-10 ª semana de formação do bebê podendo estar associado a defeitos genéticos ou a exposição de determinadas substâncias no inicio da gestação. O defeito mais comum do diafragma é postero-lateral à esquerda e o órgão que costuma direcionar-se para o tórax é o estomago. Essa patologia pode gerar um grande prejuízo pois com os órgão abdominais dentro da cavidade torácica há diminuição do desenvolvimento pulmonar trazendo transtornos respiratórios ao nascimento. Abril esta sendo o mês da Conscientização da Hérnia Diafragmática Congênita para lembrar a importância do diagnostico precoce, realizado no Pré Natal e a necessidade de um acompanhamento completo da paciente. O diagnóstico é baseado no exame ultrassonográfico morfológico (realizado entre 20-24 semanas), um examinador experiente pode identificar precocemente. Em 50-70 % dos casos a Hérnia diafragmática congênita é um defeito isolado, pode estar associada com outras malformações (+- 30%) e a doenças cromossômicas (+- 20%). Os danos após o nascimento estão associados ao acometimento pulmonar, associação com outras patologias, defeitos na vascularização, ausência da herniação do fígado. O diagnóstico precoce é importante para definir a necessidade do tratamento intrautero (procedimento realizado ao longo da gestação) e o acompanhamento mais próximo da gravidez. O procedimento consiste na introdução de um balão na traquéia do bebe para evitar herniação de novos órgãos e diminuir o prejuízo pulmonar. A cirurgia, apesar dos riscos como parto prematuro, rompimento da bolsa amniótica, é minimamente invasiva. Ainda não há definido o momento ideal para a colocação do balão nos candidatos selecionados, a dependência da gravidade do quadro e ausência de outras malformações associadas são pontos chaves. Por isso, o intervalo das consultas e dos exames de imagem deve ser mais curto. O balão é retirado antes do parto, e após o nascimento o bebê fica aos cuidados do neonatologista / cirurgião pediátrico dando suporte a respiração e realizando a cirurgia para reparar o defeito encontrado. Que Abril traga mais informações sobre a Hérnia Diafragmática Congênica e o conceito da importância de um Pré Natal bem realizado por alguém de confiança. –Nota para profissionais de saúde e curiosos: As alterações ultrassonográficas mais comuns são: presença de estrutura heterogênea na região torácica, lateralizaçao do coração para direita, diminuição do contorno dos pulmões. Caso herniação do estômago: visualização de estrutura circular repleta de líquido (analogia à “ bolha” gástrica) no tórax. Caso herniação do intestino: presença de peristalse das alças dentro do tórax Caso herniação do figado: provável defeito à direita (mais raro) e o diagnóstico se torna mais difícil. O uso do Doppler para identificar a vascularização intrahepatica é um bom artifício. #hérniadiafragmática #obstetrícia #gestaçãodealtorisco #malformaçãofetal #ICGO #FernandaMauro
A aspirina em baixas doses pode reduzir o risco de pré-eclâmpsia em gestantes

A ACOG (american congress of obstetricians and gynecologists) recomenda desde 2013 e reforçou esta recomendação em 2016 o uso de aspirina na dose de 81 mg diários para pacientes de alto e moderado risco para o desenvolvimento da pré-eclâmpsia. São considerados fatores de alto risco para o desenvolvimento da doença, mulheres que: • Tiveram história de pré-eclâmpsia em gestação anterior, especialmente aquelas com desfecho negativo (parto prematuro, crescimento intrauterino restrito, natimorto) • Gestação múltipla • Hipertensão crônica • Diabetes (Tipo 1 ou Tipo 2) • Doença renal • Doença autoimune ( Lúpus ou SAF ) Estudos demonstraram redução significativa na morbidade e mortalidade materna e neonatal, se a terapia com AAS for iniciada até o final do primeiro trimestre. Foi demonstrada também a redução em aproximadamente 10% do parto prematuro, pre-eclâmpsia, morte perinatal e crescimento intrauterino restrito. Outras intervenções como a suplementação de vitamina C e E não demonstraram ser eficazes na prevenção da doença. A suplementação com cálcio só demonstrou resultado quando administrada em pacientes com deficiência (consumo menor que 600 mg diários). Enquanto a deficiência da vitamina D pode estar relacionada com a pré-eclâmpsia, porém não existe nenhuma evidência suficiente que comprove que a sua suplementação previna a doença. Estratégias antigamente recomendadas como a restrição de sal na alimentação e repouso não demonstraram serem efetivas na prevenção da pré-eclampsia, portanto, não devem ser mais sugeridas. Bibliografia: (1) American College of Obstetricians and Gynecologists. Hypertension in pregnancy. Washington, DC: American College of Obstetricians and Gynecologists; 2013. Available at: http://www.acog.org/Resources-And-Publications/Task-Force-and-Work-Group-Reports/Hypertension-in-Pregnancy. Retrieved July 7, 2016. (2) Henderson JT, Whitlock EP, O’Connor E, Senger CA, Thompson JH, Rowland MG. Low-dose aspirin for prevention of morbidity and mortality from preeclampsia: a systematic evidence review for the U.S. Preventive Services Task Force. Ann Intern Med 2014;160:695-703. (3) LeFevre ML. Low-dose aspirin use for the prevention of morbidity and mortality from preeclampsia: U.S. Preventive Services Task Force recommendation statement. U.S. Preventive Services Task Force. Ann Intern Med 2014;161:819-26. (4) World Health Organization. WHO recommendations for prevention and treatment of pre-eclampsia and eclampsia. Geneva: WHO; 2011. Available at: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/44703/1/9789241548335_eng.pdf. Retrieved July 7,2016. (5) National Institute for Health and Care Excellence. Quality statement 2: Antenatal assessment of pre-eclampsia risk. In: Hypertension in pregnancy. Manchester: NICE; 2013. p. 16-9. Available at: https://www.nice.org.uk/guidance/qs35/resources/hypertension-in-pregnancy-2098607923141. Retrieved July 7, 2016.
Ultrassonografia Durante a Gestação

É um método diagnóstico seguro na gestação, pois não utiliza radiação ionizante (ao contrário da tomografia computadorizada e raio-x por exemplo). A ultrassonografia utiliza a interacão do som com os tecidos corporais para gerar a imagem. Por este motivo, não há um número limite e restrição para seu uso durante a gestação. Na gravidez ela pode ser realizada tanto por via transvaginal (sonda endocavitária), tanto pela via abdominal (sonda convexa), sem prejudicar o feto ou embrião. Até os 3 primeiros meses, normalmente, o exame é realizado pela via transvaginal pela melhor visibilização das estruturas. Após este periodo o exame é realizado por via abdominal, salvo em algumas situações onde se deseja realizar a medida do colo uterino ou a locatização placentária baixa. TIPOS DE ULTRASSONOGRAFIA: ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA Pode ser realizada em todas as fases da gestação. Denominamos, até o 3o mês, de ultrassonografia obstétrica de primeiro trimestre, quando medimos o comprimento cabeça-nádega (CCN), visualizamos as estruturas embrionárias e definimos a idade gestacional. Após o terceiro mês realizamos a ultrassonografia obstétrica para acompanharmos o crescimento fetal através da biometria (medida do femur, úmero, circunferências abdominal e craniana e diâmetro biparietal). Também acompanhamos a quantidade de liquido amniótico pela medida do índice de liquido amniótico (ILA) e observamos estruturas fetais. ULTRASSONOGRAFIA MORFOLÓGICA Deve ser realizada preferencialmente em 2 momentos da gestação no primeiro e segundo trimestres. A morfológica de 1o trimestre é mais conhecida como ultrassonografia para obtenção da medida da translucência nucal ou rastreio de primeiro trimestre. Ao contrário do que muitos pensam podemos e devemos visibilizar muitas outras estruturas além da translucência nucal. Observamos também o fluxo do ducto venoso e a presença ou não do osso nasal. Nesta época também já podemos observar estruturas cranianas, bexiga e coluna vertebral. O período ideal para a sua realização é entre 11 e 13 semanas + 6 dias. A morfológica de 2o trimestre deve ser realizada entre a 20o e 24o semanas de gestação. Neste exame todos orgãos fetais são identificados e analisados. É importante lembrar que a capacidade de detecção das anomalias fetais é em torno de 80% pela ultrassonografia. A posição do feto e quantidade de liquido amiótico são fatores determinantes que podem alterar a sensibilidade do exame. DOPPLERFLUXOMETRIA FETAL (Doppler) É um exame utilizado para o estudo dos fluxos no território fetal, território placentário e materno. No primeiro trimestre utilizamos para avaliação do fluxo do ducto venoso no rastreio de anomalias fetais cardíacas (durante o morfológico de 1o trimestre). No segundo trimestre é uma ferramenta importante, principalmente, após 24o semanas para rastreio de alterações nos fluxos, de grande importância nos casos de hipertensão na gestação e também no acompanhamento de fetos com restrição de crescimento.