A disfunção sexual feminina é um fenômeno frequente, entretanto muitas vezes subvalorizado pelos ginecologistas e outros profissionais de saúde (Parish SJ, 2016). Resultados da Pesquisa Nacional de Saúde e Vida Social nos Estados Unidos mostram que quase 50% das mulheres têm algum tipo de disfunção sexual. No Brasil, esse número é parecido, sendo o desejo sexual hipoativo (diminuição do desejo), a dor durante a relação sexual e dificuldade de obter o orgasmo os problemas mais encontrados. (Abdo CH, 2004).
As causas de disfunção sexual nas mulheres são multifatoriais, podendo envolver aspectos físicos (ex. dor pélvica crônica e endometriose), aspectos psicológicos (ex. depressão e ansiedade), aspectos sociais (ex. excesso de trabalho, problemas com o emprego), entretanto, na maior parte das vezes a causa é desconhecida e sem
fatores predisponentes (Virgínia Pianessole e Pieassarolli, 2010). Um estudo mostrou (ArtilesPérezV,2006)que a disfunção sexual foi mais frequente em mulheres com idade acima de 44 anos, com déficit de estrogênio pela menopausa, após cirurgias vaginais e com baixa percepção da qualidade de vida (desemprego, fadiga, falta de atividade física e abuso de álcool). Uma avaliação pelo ginecologista é fundamental para tratar as causas orgânicas da disfunção e direcionar o tratamento.
O treinamento da musculatura do assoalho pélvico, através de exercícios que podem ser realizados no próprio domicílio, auxilia e, até mesmo, resolve muitos desses problemas de disfunção sexual feminina. Tais exercícios também ajudam no tratamento de incontinência urinária de esforço, prolapso genital e nas gestantes que planejam o parto vaginal (Virgínia Pianessole e Pieassarolli, 2010) (Eftekhar T1, 2014).
O desuso e o enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico contribuem para dificuldade orgástica, enquanto o treinamento destes promove a melhora do reflexo sensório-motor, auxiliando na excitação e no orgasmo, além de melhorar o fluxo sanguíneo pélvico, a mobilidade pélvica, a sensibilidade clitoriana e a lubrificação vaginal. (TY, 2007 ) (Ma Y, 2009).
Os exercícios de fortalecimento são conhecidos com exercícios de Kegel. Profissionais de fisioterapia podem direcionar os exercícios mais apropriados para cada tipo de disfunção e o uso de aparelhos mais sofisticados. Mas, o treinamento diário e domiciliar é fundamental para os melhores resultados.
Para começar, encontre os músculos do assoalho pélvico, para isso, pare de urinar no meio do fluxo, caso consiga interromper o jato, você contraiu os musculos corretos. Agora, contraia tais músculos e segure a contração por cinco segundos e, em seguida, relaxe por cinco segundos. Tente quatro ou cinco vezes seguidas. Trabalhe até manter os músculos contraídos por 10 segundos de cada vez, relaxando por 10 segundos entre as contrações. Para obter melhores resultados, concentre-se em apertar apenas os músculos do assoalho pélvico, tenha cuidado para não flexionar os músculos do abdômen, coxas ou glúteos. Evite prender a respiração. Em vez disso, respire livremente durante os exercícios. Repita três vezes ao dia. Procure pelo menos três séries de 10 repetições por dia.
Bibliografia
Abdo CH, O. W. (2004). Prevalence of sexual dysfunctions and correlated conditions in a sample of Brazilian women – results of the Brazilian Study On Sexual Behavior . Int J Impot Res.
Artiles Pérez V, G. S. (2006). Female sexual function and related factor. Aten Primari.
Eftekhar T1, S. M. (2014). Comparison effect of physiotherapy with surgery on sexual function in patients with pelvic floor disorder: A randomized clinical trial. Iran J Reprod Med. .