Os métodos contraceptivos definitivos, ou cirúrgicos, são procedimentos que resultam na esterilização, seja do homem ou da mulher (1). Na mulher, existem dois métodos possíveis: a ligadura das trompas ou o uso de um dispositivo em seu interior, chamado ESSURE®(2).
A ligadura das trompas é um o procedimento tradicional, já consagrado, com risco de falha menor que 0,9% (3,4). Pode ser realizado por cirurgia aberta convencional, por via vaginal ou por laparoscopia(2,5). Atualmente, a laqueadura das trompas por laparoscopia é feita por apenas uma incisão pequena na cicatriz umbilical, medindo 1,5 – 2 cm (figura 1), o que garante um resultado estético superior (figura 2) (6). O procedimento por laparoscopia apresenta vantagens da cirurgia minimamente invasiva, sendo mais rápido, com menor dor no pós operatório, menor risco de infecção da ferida operatória e menor perda sanguínea, quando comparado com a cirurgia convencional (7). A cirurgia convencional (laparotomia), somente se justifica se houver outra indicação de se realizá-la, aproveitando-se a ocasião para fazer a ligadura das trompas (2,7).
O ESSURE®é uma técnica completamente diferente, sendo realizado por histeroscopia, ou seja, sem corte no abdome. Trata-se de um dispositivo em espiral fino e com 4 cm de comprimento (figura 3) que será introduzido pelo óstio tubário, com o auxílio do histeroscópio (2), um procedimento com menos de 30 minutos de duração(4). Estudos mostram 85 a 98% de oclusão tubária bilateral após três meses da inserção do Essure®(2,4). Portanto, o casal deverá manter outro método anticoncepcional até a confirmação da oclusão das trompas (4). As razões pelo insucesso, em até 15% dos procedimentos, seriam: dificuldade em individualizar o óstio tubário, expulsão do dispositivo, perfuração tubária e posicionamento incorreto (2)
Referências Bibliográficas:
1. Moss C, Isley MM. Sterilization: A Review and Update. Obstet Gynecol Clin North Am. 2015 Dec;42(4):713–24.
2. Consenso sobe contracepção – FEBRASGO 2011. http://www.febrasgo.org.br/site/wp-content/uploads/2013/05/Femina-v37n9_Editorial.pdf
3. Chene G, Lamblin G. [Controversies in tubal sterilization]. Gynecol Obstet Fertil. 2016 Oct;44(10):539–40.
4. AAGL Advancing Minimally Invasive Gynecology Worldwide. AAGL Advisory Statement: Essure Hysteroscopic Sterilization. J Minim Invasive Gynecol. 2016 Aug;23(5):658–9.
5. Lawrie TA, Kulier R, Nardin JM. Techniques for the interruption of tubal patency for female sterilisation. Cochrane Database Syst Rev. 2015 Sep 7;(9):CD003034.
6. Sewta RS. Laparoscopic female sterilisation by a single port through monitor–a better alternative. J Indian Med Assoc. 2011 Apr;109(4):262–3, 266.
7. Kulier R, Boulvain M, Walker D, Candolle G, Campana A. Minilaparotomy and endoscopic techniques for tubal sterilisation. Cochrane Database Syst Rev. 2004;(3):CD001328.